NA CORTE ESPAÑOLA,
A LINGUAGEM DO LEQUE ( ABANICO )
O leque na corte Espanhola era acessório obrigatório, não só para aplacar o calor e servir de adereço. Ele tinha uma linguagem sinalizada própria.
Atualmente quase todos conhecem este acessório tão charmoso, o qual entre os diversos povos é utilizado também como acessório de coreografias em vários estilos de dança.
É também usado como objeto de sedução, e o que poucas pessoas sabem é que este adjetivo se deve a linguagem de sedução que ele representava na corte Espanhola.
As damas se comunicavam com seu admiradores através do seu leque ( abanico ) fazendo sinais sedutores, marcando encontros amorosos.
Vejam abaixo alguns significados desta linguagem secular tão interessante e sedutora.
LEQUE FECHADO
Embaixo do olho esquerdo = Quero te ver.
Balançando com a mão direita = Não sejas indiscreto ou impetuoso.
Balançando com a mão esquerda = Estão nos vendo.
Jogar várias vezes o leque de uma mão para outra = te odeio.
Passar o leque pela frente do corpo, da mão direita para a esquerda = Seremos só amigos.
Passar o leque por trás do corpo, da mão esquerda para a direita = Quero a outro.
Colocar na bochecha direita = Sim
Colocar na bochecha esquerda = não
LEQUE ABERTO
Embaixo dos olhos = Te quero.
Cobrindo os olhos e caminhando para trás = Siga-me.
Cobrindo os lábios = Beije-me.
Cobrindo a orelha = Quero te contar um segredo.
Contar as hastes do leque = marcar a hora do encontro.
Passar o dedo por cima do leque = Preciso falar com você urgentemente.
Passar o leque da mão direita para a esquerda na altura do peito = Te amo ou Estás ganhando meu corarão.
Abanar rapidamente o leque = És muito sensual, quente.
Abanar lentamente o leque = Sou casada.
OUTROS SIGNIFICADOS
Fechar e abrir o leque várias vezes = Estou impaciente.
Abrir o leque e mostrar a mão esquerda = Quero casar com você
Fechar o leque e entregá-lo a pessoa = Me queres?
Colocar o leque fechado atrás da nuca = Não me esqueças jamais.
Colocar o leque fechado na nuca com o dedo mínimo levantado = Adeus
Os leques são populares na Ásia e em algumas partes da África e Oceania.
Representam o Elemento Ar e podem ser usados para equilibrar algo, como por exemplo dois leques usados como equilíbrio no corpo. Existem uma variedade imensa de cores, estilos e materiais utilizados para a fabricação desses objetos.
Os leques orientais foram utilizados como armas brancas na Antiguidade e no período Medieval, e hoje são vistos como objetos decorativos.
A evolução do leque
Vários são os autores que situam o surgimento do leque quase ao mesmo tempo do surgimento do homem, e muitos são os mitos e lendas que tratam de sua origem, assim como diferentes povos se dizem responsáveis pela criação desse acessório.
Leque oriental, feito em madeira
Dizem que Cupido, o deus do amor, inebriado pela beleza de sua amada Psique, furtou uma asa de Zéfiro, o deus do vento, para refrescar sua amada enquanto dormia. A versão chinesa atribui a Kan-Si, filha de um poderoso mandarim, a criação do leque, uma vez que, não mais suportando o calor durante um baile de máscaras, e não podendo expor seu rosto aos olhares indesejáveis, dele se serviu para abanar-se, tendo logo seu gesto imitado por outras damas do baile.
As principais civilizações desde a Antiguidade fizeram uso dele, como o Egito, Assíria, Pérsia, Índia, China, Grécia e Roma, tendo ele sido utilizado como símbolo de poder em sua essência. As ventarolas foram as primeiras a chegarem na Europa durante os séculos XII e XIII provenientes do Oriente através das Cruzadas. Porém foi apenas no século XVI, quando os portugueses trouxeram os primeiros exemplares das suas colônias da Ásia, que iniciou-se de fato a moda de seu uso na Europa. Sendo assim nos séculos XVII, XVIII e XIX tornaram-se um complemento indispensável à vaidade feminina, invadindo salões e despertando paixões.
Fabricados de diferente materiais e técnicas como o marfim, a madrepérola, o charão, a tartaruga, as madeiras perfumadas, as plumas, os tecidos e os papeis pintados em litografia aquarelada ou tempera. Com cenas de gênero galantes, mitológicas, campestres ou orientais, muitas vezes retratando momentos históricos. Dentre tantas variações temos os comemorativos, de penas, plumas, com rendas, com tecido, tipo “baralho”, “mandarim”, com papel e as ventarolas.
A armação do leque apresenta duas partes, uma interna e outra externa e é formada de varetas, sendo que as externas tem o nome de varetas mestras, e a da frente, a principal. As varetas mestras são geralmente mais ornamentadas do que as simples, em muitas vezes apresentam as iniciais da dona do leque. No “leque indiscreto” eram colocados pequenos espelhos que permitiam as damas ver a movimentação ao seu redor, sem serem vistas. A “folha” é a parte mais decorada do leque que podia ser feita com pinturas sobre tecido, papel, pergaminho, rendas, seda, etc, sendo geralmente ornamentadas com pinturas ou bordados com lantejoulas metálicas ou mesmo com fios de ouro ou prata.
É neste contexto de luxo e sedução, que no século XIX toma força a “Linguagem do Leque” originaria provavelmente no século XVIII nas cortes francesas. Esta era um complicado sistema de posições e gesticulações que possibilitavam as damas se comunicar e flertar.
Desde meados do século XVIII a França foi principal fabricante de leques e adereços de luxo. Com o desgaste ocasionado pela Revolução Francesa na produção deste tipo de produto, entra no mercado, importado pela Inglaterra os leques orientais. Estes confeccionados em charão, sândalo ou marfim trazem geralmente estampas de caráter bucólico e cenas de vida cotidiana. Após a ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono francês, a vida na corte toma outros rumos e a produção dos artefatos de luxo revigoram-se. Neste período os leques, bem como a moda por completo, inspiram-se nos ideais clássicos, sendo com cenas de faunos e bacantes, e nos modelos napoleônicos.
Com a queda de Napoleão e a restauração do governo da França nas mãos da monarquia e as mudanças realizadas na moda entre 1820 e 1830 com o aumento das saias e das mangas, o leque acompanha esta evolução duplicando seu tamanho anterior, passando de 15 para 30 centímetros. Com a indústria do luxo consolidada, a produção francesa gera raridade como leques em prata dourada, além de desenvolver maquinas de perfuração e gravação em osso e marfim. Nas décadas de 1830 e 1840, o leque manteve seu tamanho variando entre os 30 e 29 centímetros. A folha ou panache ainda era feita de papel ricamente decorado com aquarelas ou litogravuras por vezes pintadas e guarnecidas de prata dando assim um efeito todo especial ao desenho ilustrado.
Por volta de 1845 os leques, antes finos e longos, ganham mais forma nas varetas. Esta mudança deve-se ao primeiros leque “Mandarim” trazidos pelas casas de impostação inglesas de suas colônias na China.
Em 1850 a evolução antes descrita já se mostra forte nas oficinas dos melhores Eventelistes da Europa. Um formado mais oval é adotado e muito aceito. Esta vareta de formato modificado iria alongar-se quase fazendo desaparecer a folha do leque, mas em 1855 em diante a folha voltaria com força total.
Entre 1860 e 1870 os leques ganham decoração diferenciada nas folhas, que são agora, feitas de tafettá duplo com um forro de papel jornal liso e fino, que dá maior estabilidade ao tecido e alonga a durabilidade da peça. É neste período que também aparecem os primeiros leques com características inovadoras, como os leques de plumas, de penas exóticas, de rendas, de casco de tartaruga, entre outros.
De 1870 a 1890 as variações na estrutura dos leques não são significativas, apenas ocorrem mudanças no tamanho, que acompanha a evolução das mangas Mutton, em meados de 1895 e 1896. Nos anos seguintes numa movimento inverso o leque acompanha a moda e o estancar dos vestidos entre 1887 e 1900.
Evolução da estrutura
Na questão dos materiais, vemos uma diversidade infinda de materiais usados na confecções dos leques no século XIX. Para as estruturas a madeira foi a primeira a ser empregada na manufaturas de leques e abanos, mas foram o marfim e o osso, os mais antigos a serem usados, na confecção de estruturas de melhor qualidade voltado à elite. Entre 1730 e 1750, aparecem os primeiros leques de estrutura em madrepérola, que eram geralemnte lisas, e posteriormente gravadas e cobertas com folhas de prata ou ouro.
No alvorecer do século XIX, as técnicas subjacentes permanecem, e a confecção do leque ainda vai empregar os mesmos materiais e técnicas, até que em 1830, aparecem os leques feitos de “Tortoise Blonde” (casco de “tartaruga-loura”). A tartaruga vai ser desde então muito utilizada pelos Eventelistes (fabricantes e leques) do século XIX.
Evolução da folha
A “Folha”, parte que produz o vento no leque, também fora diversamente modificada na evolução do leque. Do século XVII até 1850, era em sua maioria feita em papel, previamente pintado e dobrado. Foi em meados de 1850 que a seda, gomada para ser mais preciso, passou a ser empregada na confecção dos leques. Mais tarde com o advento e o desenvolvimento da técnica de folha dupla com entermeio de papel, que se pode diversificar, e tecidos como o taffetá, o moireé, a gauze, a renda, entre outros passaram a fazer parte do repertório de tecidos, aplicado à manufatura das folhas.
A arte da plumaria começara a ser empregadas desde 1840 na decoração de leques com fios de marabout, inspirados nos leques mandarim. Em finais de 1860 e inicio de 1870 aparecem os primeiros modelos de leques de pluma de avestruz. Desde então ganhou fama e virou sinônimo de voluptuosidade e sedução, sendo muito requisitado e usado nas óperas, bailes, recepções, entre outras festividades até a década de 1930.
Curiosidade
Eis uma frase de Madame de Stäel, uma dama da sociedade francesa, a respeito do leque:
“Há tantos modos de se servir de um leque que se pode distinguir, logo à primeira vista, uma princesa de uma condessa, uma marquesa de uma routurière. Aliás, uma dama sem leque é como um nobre sem espada.”
Fonte: wikipédia
A dança cigana, particularmente além de extremamente sensual, está carregada de simbolismo. É incorporado o princípio do remelexo suave dos quadris, movimentos amplos dos braços e sensual das mãos.
A trilha sonora é composta por violinos, sanfonas, violões e pandeiros, num ritmo contagiante. As dançarinas usam saias rodadas, num colorido intenso e muitas bijouterias.
Aos homens cabe apenas apreciá-las ou, no máximo acompanhar o sedutor bailado.
A liberdade concedida pela dança, faz com que ela transmita uma energia incrível durante a realização da dança. Além de usar o seu próprio corpo para extravasar seus sentimentos, a dançarina recorre a objetivos de forte simbolismo e com eles cria algumas danças muito marcantes como:
Dança do Leque
Com um leque em punho e o olhar penetrante,
a dançarina expressa a mais pura sedução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário