domingo, 22 de maio de 2011

RITUAIS CIGANOS

Para os ciganos, uma criança que nasce é uma esperança de conti-
nuidade da cultura cigana. A união entre duas pessoas representa o fortale-
cimento dos vínculos de amizade contra o mundo dos gadjés (não -ciga-
nos). Finalmente, cada velho que morre leva junto parte das tradições.
O nascimento, o casamento e a morte são, para os ciganos, as coisas
mais importantes da vida, fazendo desses acontecimentos grandes rituais,
onde não existe um calendário cíclico, mas sim o ano em que alguém nas-
ceu, casou ou morreu.

NASCIMENTO CIGANO

Motivo de festa. Além de dar continuidade às tradições ciganas,a
vida do pai muda, ganhando autoridade, responsabilidade e privilégios
iguais aos de qualquer adulto casado. Já a mulher, deixa de ser bori(nora)
e passa a ser mãe, o que dá mais autoridade à figura feminina.
Para comemorar, uma festa de dois ou três dias.
O batismo pode ser em uma ou mais religiões mas, o verdadeiro
batismo cigano é o nome, este sim deve ser planejado.
O ritual tem início na primeira mamada, quando a mãe sopra o
nome no ouvido da criança, sendo esse o primeiro nome que só será reve-
lado no dia do casamento. O segundo nome é dado durante a festa, para ser
conhecido somente pelos gadjés.

CASAMENTO CIGANO

Ao contrário do que se pensa, a sensualidade cigana de nada vale no
seu casamento. Na formação dos pares, o romantismo dá lugar à critérios
mais objetivos como a capacidade da noiva em ganhar dinheiro. A escolha
do par pertence ao pai, podendo também ser feita pelos filhos, que dificil-
mente o fazem em respeito ao mais velho. Nesse momento não há infideli-
dade, poligamia e nem homossexualismo. Agora quanto ao ritual, há vari-
ações de tribo para tribo, podendo o noivado durar de alguns dias a meses.
O pedido é feito à família da noiva pelo pai do pretendente que tam-
bém combina o valor do dote que será pago pela perda da moça. Já entre os
sintos, os noivos arquitetam uma fuga e mais tarde pedem aos pais que
reconheçam a união. Se a família concordar, eles voltam para uma festa de
cinco dias para que o público conheça o novo casal, mas, para essa chega-
da, a noiva recebe dois tapas que simbolizam o perdão. No decorrer da
festa alguém respeitado falará sobre a importância e responsabilidades do
casamento.
Nas demais tribos as festas duram três dias, armando-se duas ten-
das. O primeiro dia de festa é dedicado a preparação da comida, o segundo
à uma reunião na tenda da noiva e a distribuição de flores e, o terceiro dia,
o ponto alto da festa. Acompanhando o pai carregando uma bandeira ver-
melha, o noivo vai à tenda da noiva onde entra forçando a passagem, é
convidado a beber com os pais num dela diálogo pré-estabelecido e, en-
fim, a noiva é erguida em cima da mesa e entregue a ele. Ambos terão as
mãos unidas num lencinho vermelho onde um ancião faz votos de felicidade

Terminada a festa, mais duas cerimônias: a entrega do lenço a ser
usado na cabeça, que é o símbolo da aliança e a prova do lençol, que ao ser
usado entre os noivos, deverá ser apresentado ao público sujo de sangue
para provar a virgindade da moça.
Há também tribos que fogem desses rituais, como os Homs que
casam no ritual ortodoxo e os Caloms, que casam no ritual católico..

MORTE
Para o cigano, a alma de quem morre permanece na terra por mais
quarenta dias lembrando de tudo que lhe fizeram e vingando-se dos inimi-
gos. Para evitar essa ira, todos os parentes procuram manter-se próximos
sempre que há alguém doente na tribo sendo que, por mais que estejam
esperando a morte, quando esta acontece todos gritam, choram e desmai-
am.
O cigano deve morrer segurando uma vela nas mãos para chegar mais
rápido ao céu. Na visita ao morto leva-se licor, flores e velas, moderando a
tristeza pois, logo mais em outra sala, aguarda um banquete onde será
celebrado as alegrias do falecido tentando "alegrá-lo".

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