A realidade prosaica no dia-a-dia das ciganas desmente a imagem exaltada que dela fazem os gadjé.
Vendedora de ilusões, profetiza de sonhos, leitora da sorte, ela não precisa das cartas para prever o próprio destino.
Na tradição cigana, cabe à mulher o papel de guardiã do patrimônio cultural e transmissora dos valores sociais do grupo.
O homem é símbolo da autoridade e guia. Na prática, isso significou, para a mulher, uma liberdade estritamente vigiada.
A juventude de uma cigana acaba aos 16 anos, idade em que geralmente se casam. Aos 12 anos, muitas famílias preferem tirar as filhas da escola, por temer que elas se percam na má companhia dos gadjé.
A virgindade está entre as primeiras virtudes de uma jovem.
No Brasil, uma noiva cigana virgem pode custar até o preço de um automóvel, em moedas de ouro. Trata-se de uma quantia simbólica, embora este dote constitua um motivo de exaustivas discussões entre os parentes.
Em muitas famílias, são os pais que ainda decidem os casamentos. Alguns consultam a opinião dos filhos, outros não. Entre os jovens, está se tornando cada vez mais comum o costume manouche de casamento por fuga.
Depois de uma semana, o casal retorna ao grupo e passa a viver com a família do marido enquanto os mais velhos decidem o valor do dote. Esse período pode ser difícil para a mulher. Ela só é considerada realmente casada depois do nascimento do primeiro filho.
Como em todos os povos, entre os ciganos nem todos os indivíduos são iguais.
Algumas famílias são ricas, outras pobres. Algumas andam a pé, outras de avião. Carroças puxadas por cavalos são coisas de museu.
Explica-se:
embora ainda sejam considerados pelo menos seminômades, o estilo de vida dos ciganos foi afetado pelo progresso do mundo gadjé.
Hoje viajam em caravanas de carros modernos, caminhões e trailers.
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