terça-feira, 7 de junho de 2011

A LUTA DA MULHER CIGANA

Os ciganos nômades correspondem a 600 mil pessoas e fazem parte da parcela que mais sofre com a marginalização por parte da sociedade e de alguns grupos ciganos, especialmente aqueles que detém poder aquisitivo.
As primeiras ciganas que chegaram no ocidente eram consideradas “imorais” e “escandalosas”, já que a sociedade européia, sobretudo no auge da idade média, era repressora e guardiã dos “bons costumes”, sob o ponto de vista religioso.

As mulheres enfrentam distintos paradigmas, o mais forte deles é o preconceito da sociedade. O outro diz respeito à ruptura de tradições vigentes em uma cultura machista, como a cigana, na qual a figura da mulher beira a completa submissão. Em geral, a mulher quando se casa passa a pertencer à família do marido e, neste caso, deve obediência ao esposo e inclusive aos sogros. Estas idéias contradizem a versão de que a mulher cigana é liberal e promíscua, leitura feita por gadjés (não ciganos) preconceituosos.

Essas mulheres se deparam com valores tradicionais moldados ao longo dos tempos, como virgindade antes do casamento e a auto albetização. Algumas comunidades ciganas são contrárias ao prosseguimento dos estudos, em tese, uma universidade não proporcionaria conhecimentos que somente a vida tende a mostrar, na opinião de alguns clãs conservadores. A partir do paradoxo entre modernidade versus tradição, as ciganas enfrentam dilemas que dificultam o desenvolvimento da carreira profissional.

“Sobre o mercado de trabalho, não vislumbro ainda esta cena:
uma cigana tomando o ônibus lotado, batendo o cartão e trabalhando umas 50 horas semanais numa fábrica ou num comércio.

Imaginemos 400 mil ciganas procurando emprego num país com 35 milhões de desempregados. Se isto vier a acontecer, será um passo lento, uma mudança gradativa e dependerá unicamente da vontade ou não dos próprios ciganos.

Não cabe a nós nem apressar e nem bloquear”, afirma o Pe Jorge Piorezan (Pe Rocha), Vice-Presidente da Pastoral dos Nômades”.

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