quarta-feira, 29 de junho de 2011

OS CIGANOS NO BRASIL

A trajetória dos ciganos no Brasil começa no ano de 1574 com a chegada do primeiro cigano que se tem notícia. Muitos eram nomeados Meirinhos da Corte, pessoas que levavam as notícias e comunicados do Reino a todas as Terras Brasileiras. Trabalhando também como Bandeirantes.

Nestas inúmeras “levas” o número de Kalons era grande, e se destacavam com os principais sobrenomes: Monteiro, Savedra, Silva, Torres, Pereira, Ferreira, Lopes, Costa, Coelho, Carvalho, Torquato, Figueiredo e Alves, uma prova adicional de sua origem portuguesa. O Rom mais ilustre que chegou ao Brasil foi Jan Nepomuscky Kubitschek , que trabalhou como marceneiro em Diamantina, embora não sabemos se acompanhado da Rromhá. Conhecido com João Alemão, deve ter entrado no Brasil por volta de 1830-1835, casando-se pouco depois com uma brasileira. O primeiro foi João Nepomuceno Kubitschek, que viria a ser um destacado político. O segundo foi Augusto Elias Kubitschek, um comerciante. Augusto Kubitschek foi designado como delegado de polícia. Também consta que teve pelo menos uma filha, Júlia Kubitschek, que viria a ser a mãe de Juscelino Kubitschek. Ou seja, um dos mais queridos presidentes do Brasil do Século XX foi um cigano, ou pelo menos um descendente de ciganos.

O primeiro que se tem notícia a chegar no Brasil, foi o cigano João de Torres que veio com sua mulher e filhos. Portugal desde 1526 já fazia leis (preconceituosas) contra os ciganos, e em virtude de precisarem de ferreiros e forjadores de armamentos os mandaram para esta Colônia distante para servir ao reino de Portugal.

Algumas destas “LEIS”, elaboradas pelo Reino Português eram absurdas, eis algumas delas (os livros que citam estas leis de processo documental histórico se encontram no Gabinete Real de Leitura Portuguesa, situado na Rua Luiz de Camões, próximo a Praça Tiradentes no Rio de Janeiro/RJ).
Em 1686, são expulsos de Espanha, Portugal e das Colônias Portuguesas na África, ao virem para o Brasil entraram por Maranhão e Pernambuco, se espalhando aos poucos por todo Brasil. Os lugares que registram mais ciganos na atualidade são: Rio de Janeiro, (havia inclusive no Centro do RJ, há muito tempo atrás uma rua que se chamava Rua dos Ciganos. Hoje Rua da Constituição) Rio Grande do Sul e nas diversas fronteiras que tem o nosso país. Aqui nesta Terra, foi um pouco melhor, mas não deixaram de enfrentar preconceitos. Os que chegaram mais ainda estavam sobre o domínio dos Portugueses, eram proibidos de falar o Romanê, e esta lei só caiu em desuso no ano de 1900. Eram destinados a trabalhar na forja. Fabricavam ferraduras, ferramentas, apetrechos domésticos e outros.
Com a sua facilidade de “andar” pelo mundo, eram nomeados Meirinhos da Corte, pessoas que levavam as notícias e comunicados do Reino a todas as Terras Brasileiras. Trabalhando mais tarde também como Bandeirantes.

Nestas inúmeras “levas” o número de Calons era grande, e se destacavam com os principais sobrenomes: Monteiros, Savedras, Silvas e Torres.

Sendo o Ferreira comum aos ciganos de outros Clãs vindos da Espanha. Inúmeros ciganos serviram ao Exército Brasileiro nas mais diferentes épocas, em busca de moedas de ouro e sossego. E quando as damas da corte sabiam que estes militares comandados eram ciganos, sabiam de ante mão que eram casados com ciganas e da-lhes as importunar, em busca de amor, poções e outros xavecos. As mesmas que exerciam seu preconceito, na ocasião das missas, freqüentavam suas Tsaras escondidas à tarde para tudo lhes pedir.

E assim é até hoje para muitos. Muitos ciganos em virtude da sobrevivência, omitem o fato por causa do preconceito, só exercendo sua ciganidade em casa, e nas festas dos clãs, dos quais jamais se separam. Hoje no Brasil há uma prova muito grande que mostra o preconceito contra os ciganos. Existem associações específicas, Ongs que defendem tudo. Gays e lésbicas, Negros, Judeus, Mulheres, Crianças e tem mesmo razão para existir. Só os ciganos que tem que contar exclusivamente com seu Clã. Isto prova que para todas as sociedades do mundo nós não existimos.

Os gadjós (alguns), tem arraigado muitas “verdades” sobre nós e só nos querem em festas e bailes. Para encantar magias ou se infiltrar conosco. Por isso nesta Nova Era os ciganos decidiram se abrir um pouco, para que seja amenizado este círculo de incompreensão sobre o nosso povo. E temos tido muito êxito, muitos gadjós, se aproximam como irmãos no mundo, se aproximam da beleza do universo cigano para trocar boas energias, graças a Deus.

fonte:Ramona Torres

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